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A Causa e o Pó

Lenine

Letra

La causa y el polvo

A Causa e o Pó

La dureza real de quién es piedra
A dureza real de quem é pedra

Que la volupía de la fricción solapada
Que a volúpia do atrito lapida

Ese brillo tenaz que casi ciega
Esse brilho tenaz que quase cega

Es el vientre de la herida
É ventura do ventre da ferida

¿Quién dirá, miga de sol
Quem dirá, migalha de sol

Que el resplandor es tu apoge
Que o brilho é teu apogeu,

Si eclipsado en el caldo de las estrellas
Se ofuscado no caldo das estrelas

¿Se ha perdido el resplandor?
O brilho se perdeu?

Soy de las estrellas la causa y el polvo
Sou de estrelas a causa e o pó

Soy de estrellas y sólo
Sou de estrelas e só

De ser al polvo, es sólo
Do ser ao pó, é só

Carbono
Carbono

Solemne, terrenal, inmenso
Solene, terreno, imenso

Perenne, pequeña, humana
Perene, pequeno, humano

Naturaleza tan sólida de pintura
Natureza tão solida de tinta

Esa fricción frágil lleva
Que o frágil atrito transporta

Ese riesgo voraz te da hambre
Esse risco voraz te faz faminta

Y la aspereza te mueve en una línea torcida
E a rasura te move em linha torta

El contraste será trofeo
O contraste será troféu

Que su riesgo esté alineado
Que teu risco alinhavou

O vestido en el sudario de las estrellas
Ou vestida mortalha das estrelas

¿Se ha ido el riesgo?
O risco se apagou?

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