História do Fazendeiro
João Romeu
Por ser cantor e poeta fui procurado uma vez
Por um cidadão já grisado, muito educado e cortes
Pediu que eu fizesse uns versos, e os versos o poeta já fez
Não vou revelar seu nome
A história daquele homem eu vou contar pra vocês
Já fui homem de dinheiro tive uma vida abastada
Por ser rico fazendeiro pra mim não faltava nada
Carros de luxo importados, e uma estância bem cuidada
Cavalos de puro sangue e oito mil bois na invernada
Dizem que eu nadava em ouro por ser rico fazendeiro
E levar a vida frouxa por ser um homem solteiro
Rodeado de mulheres e de muitos companheiros
Foi assim por muito tempo enquanto eu tinha dinheiro
Amante das carreiradas e dos jogos de baralho
Nessa vida desregrada eu não ligava pro trabalho
Sempre vinha algum parceiro, fulano me quebra um galho
E o dinheiro foi sumindo que nem água no cascalho
E quando eu me dei por conta já estava endividado
Hipotequei a estância, vendi os cavalos e o gado
Mais tarde perdi o resto na mão dos advogados
E os meus amigos sumiram depois que eu fiquei pelado
Amigo do dinheiro
Hoje os trabalhos que eu passo sem que ninguém advinha
Pra defender meu sustento tenho que dobrar a espinha
Mas eu porem reconheço que a culpa toda foi minha
Pois não soube conservar aquela fortuna que eu tinha
E do resumo da história em que juízo agora me sobre
Fortuna que posta fora a gente logo descobre
Que não se adquire mais, nem que se espiche e se dobre
É uma experiência triste
Ser rico e depois ser pobre
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