Um poente da cor do passado
um sépia quase sangue
um olhar sonolento para longe
um horizonte perdido

uma torre tombada
no xadrês do tempo

não há como voltar
à grandeza de ontem

e cai a nostalgia
como concha vazia
que a maré deixa aos pés
e rói a melancolia

um barquinho moderno no mar
com alma de argonauta
um herói cego por tanto ver
um velho sem comer

uma canoa no Tejo
um fado na taberna

e cai a nostalgia
como concha vazia
que a maré deixa aos pés
e rói a melancolia

e cai a nostalgia
como concha vazia
que a maré deixa aos pés
velha melancolia

Composição: