Noites
Barros de Alencar
Noites, todas as noites
Eu desço sua rua, a rua que é minha
A rua da rua da minha tristeza
Noites, eu pela calçada
Calçada que é sua, calçada da rua
Em que mora você
E lembro o seu rosto e choro com um pranto
Com um pranto da chuva, da chuva que cai
Que cobre essa rua, a rua que é nossa
A rua que é sua, em que mora você
Mil mentiras disseram, mil coisas fizeram
Para eu ficar longe de você
E vou triste a seguir
Sem poder lhe esquecer
Querendo somente lhe ver
E a dor que está em mim
Já não cabe no meu peito
Será que estou perto do fim?
Noite, pobre noite
Caminho, e esta rua, só tristeza
Noite, e eu sem você
Que nem à janela, saiu para me ver
Noites, você está dormindo
E eu estou seguindo na rua a cantar
Chorando, chorando, pensando, pensando
Somente em lhe amar
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