Dedo Inchado

Eu na campanha, pra matear, cedo eu levanto
Solito eu canto pra recordar meu passado
Eu tenho cruza de maragato e chimango
E num fandango eu me encontrava entreverado
Por ser cuiúdo eu me atraquei pedindo cancha
E uma pinguancha já se atirou pro meu lado
Meio careca, banguela e sem sombranceia
Próxima feia! Pior que carro desastrado
Me fiz de tonto e dancei de cabeça erguida
Provalecida me levava chaquaiado
Numa volteada bem num canto do salão
Ela me passou a mão
Mas diz tu tá com o dedo inchado!

Com esta chinoca se grudemo peito-a-peito
Com muito jeito eu fui mudando os passinhos
Disse pra ela: Não posso dançar apertado
Tenha cuidado como o pobre do meu dedinho
E a desgraçada fez de conta que não viu
Se distraiu e me agarrou devagarinho
Morto de dor o meu coração balançou
E ela falou: Mas que dedo grosso e grandinho
Respondi pra ela: É só porque tá machucado
Mas quando está desinchado ele é bem pequenininho

De madrugada, na copa eu tava encostado
Estava cansado e o salão estava cheio
E uma mulher lindaça que nem potranca
Flouxou as ancas e se reborqueando se veio
No meu ouvido ela cochichou em segredo
Tapa teu dedo porque isso fica feio
Eu olhei firme e percebi que a malvada
Era safada entendia do timoneio
Me dá que eu guardo debaixo do meu vestido
Pro meu querido não te olhar de revesgueio
Nós agarrado e não é que a desgracida
Deu-lhe uma retorcida que quase quebrou no meio

Último verso, quero deslindá o retovo
Que é pro meu povo não "compreendê" nada errado
Explico certo pra não causar ignorância
Eu numa estância, trabalhei de empregado
E um certo dia um chimbo comigo rodou
Já se planchou e eu cai desajeitado
Chamei na espora e o desgraçado levantou
Mas me deixou com o dedo todo esculhambado
Sendo preciso, eu dou o patrão de testemunha
Só nunca mais criou unha cabeçudo e retovado

Dedo hinchado

Yo en la campaña a matar me levanto temprano
Solo canto para recordar mi pasado
Tengo cruces de maragato y chimango
Y en un fandango me encontré
Porque tenía tanto cuidado me dibujé pidiendo una cancha
Y un pingüino ya se ha tirado a mi lado
Medio calvo, desdentado y sin sombras
¡Siguiente feo! Peor que un coche torpe
Me mareé y bailé con la cabeza en alto
Provalecida me disgustó
En una esquina a la derecha en la esquina del pasillo
Ella pasó mi mano
¡Pero digamos que tienes un dedo hinchado!

Con esta chinoca nos pegamos al pecho con el pecho
Con gran habilidad fui cambiando los pasos
Le dije: no puedo bailar apretado
Ten cuidado como mi pobre dedo meñique
Y el bastardo fingió que no veía
Se distrajo y me agarro despacio
Muerto de dolor, mi corazón tembló
Y ella dijo: Que dedo tan grande y grueso
Yo le respondí: es solo porque estás herida
Pero cuando se desinfla es muy diminuto

Al amanecer, en la copa me inclinaba
Estaba cansado y la habitación estaba llena
Y una mujer hermosa como una potra
Aflojó las caderas y se volvió a quemar si se corría
En mi oído susurró en secreto
Golpea tu dedo porque se pone feo
Miré fijamente y me di cuenta de que los malvados
Estaba sucio, entendí el timoneio
Dame lo que guardo debajo de mi vestido
Para que mi querida no te mire
Nos agarramos y no es tan vergonzoso
Le dio un giro que casi se partió por la mitad

Ultimo verso, quiero desenredar el retovo
Que mi gente no "entiende" nada malo
Te explico bien para no provocar ignorancia
Trabajé en un rancho
Y un dia un chimbo conmigo rodó
Ya ha sido plantado y caigo torpemente
Llamé a la espuela y el cabrón se levantó
Pero me dejo con mi dedo encima
Si es necesario, le doy un testigo al jefe
Nunca volvió a crear una uña grande y redondeada

Composição: Baitaca