Penúltimo Desejo
Aurea Martins
Mentem aqueles que falam
Que onde eu canto não bebo
Que também não bebo se canto
Mentiras se espalham sim
Não ha motivo portanto
Pra te deixar
Minha dor quando em silêncio
Mais cresce que nem capim
Me derruma por dentro
Me ensaia um desalento
E me rói, me rói feito cupim
Sou um barril de pólvora
Prestes a explodir
Por tanto se afaste pra longe
Procure não se partir
Ao estilhaçar-se, ferir-me
Com balas de puro festim
Me deixe de lado te peço
Já sou meu próprio estopim
Se essa dor for embora
Te chamo prometo que assim
Quem sabe eu canto de novo
Que és lá meu botiquim
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