Sinal de Cais
Apá Silvino
Nada existe, que o perdão não cure
Ou que o coração não se desmanche
Ao ouvir uma canção que dure
Até o amor chegar
Perdido em meio ao mar
Na onda que o afague
Que o sofrimento não imprima
Marca que o tempo não apague
Quando enfim o peito desanima
Até sumir o olhar
Perdido em meio ao mar
Na onda que o afaque
Eu pensei em mil noites perdidas
Eu jurei não repeti-las mais
Deixei escrito, que não ia atrás
De dor antiga ou de velhas feridas
Hoje eu quero descansar na praia
Revolver em todos os litorais
Uma vaga brisa
Um sinal de cais
E esperar que o peito não me traía jamais
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