Lisboa Noiva do Fado

Nessa janela de águas furtadas
Há trepadeiras entrelaçadas
E dentro delas lá está Lisboa
Olhando o Tejo no altar da Madragoa

Mas à noitinha, está combinado
Andar sozinha com o seu fado
Se desce à rua, já não se importa
Que até a lua veja o fado à sua porta

Dizem que o tejo é teu namorado
E todos sabemos que és noiva do fado
Mas não te cases com um só depois
O melhor que fazes é namorar com os dois

Neste noivado entre vizinhos
Não há pecado pois são velhinhos
Mas tu lisboa toda te enfeitas
E eu até vejo os olhares que lhe deitas

Tens um costume que eu tanto invejo
Fazer ciúme ao pobre Tejo
Quando apareces com o teu fado
Nunca te esqueces de levar xaile franjado

Dizem que o Tejo é teu namorado
E todos sabemos que és noiva do fado
Mas não te cases com um só depois
O melhor que fazes é namorar com os dois

Mas não te cases com um só depois
O melhor que fazes é namorar com os dois

Lisboa Novia del Fado

En esa ventana sobre el tejado
Hay enredaderas entrelazadas
Y dentro de ellas, allá está Lisboa
Mirando el Tajo en el altar de Madragoa

Más a la nochecita, está concertado
De andar solita con su fado
Si desciende a la calle, ya no le importa
Que hasta la Luna vea el fado en su puerta

Dicen que el Tajo es tu enamorado
Y todos sabemos que eres novia del fado
Más no te cases con uno solo, pues
Lo mejor que haces es enamorar a los dos

En este noviazgo entre vecinos
No hay pecado, pues son viejitos
Más tú Lisboa, toda te adornas
Y yo hasta veo las miradas que le echas

Tienes por costumbre que yo tanto envidio
De darle celos al pobre Tajo
Cuando apareces con tu fado
Nunca te olvidas de llevar chal con flecos

Dicen que el Tajo es tu enamorado
Y todos sabemos que eres novia del fado
Pero no te cases con uno solo, pues
Lo mejor que haces es enamorar a los dos

Pero no te cases con uno solo, pues
Lo mejor que haces es enamorar a los dos

Composição: Antonio José / Ferrer Trindade